segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Hoje é dia de águas. Correntes.

Fumo no Riacho


Fumo se banhá num riacho
eu mais uma bela donzela
da ponte, fumo logo pra baixo
pra ninguém ver, eu mais ela
só que tinha uma casa ali perto
com uma dona na janela
e de onde nóis tava encoberto
por trás de um morão de cancela
nem carecia vim mais perto
nóis tava bem na mira dela
e enquanto nóis cá se ocupava
achano que tava bem iscundido
a dona de lá só espiava
pensano se chamava o marido:
"Vem ver, Zé, os dois semvergonha,
o nêgo é o Tonho, fio de Fia
e a nêga é Fia, fia de Tonha,
os dois na maior putaria!"

Mas a Dona ficou foi calada
zoiano o que nóis dois fazia
na janela adibruçada
de tanto que as carne tremia
quais que os óio esbugaia
quais que os pelo arrepia
quais que os sentido lhe faia
quais que o diabo vencia
um fogo por dentro lhe veio
um arripio se deu-se por fora
endureceu os bico dos seio
rezou pra sua nossa senhora
fechou os óio, muleceu
sortou da janela os batente
deu um suspiro e desceu
os óio revirano, contente
relaxou, drumiu, drumeceu!

Sonhou que se banhava co'a gente
e que o seu sabunete era eu...

Um comentário:

Anônimo disse...

Clap, clap, clap!! Amei, amei!! Pensei numa certa música do R.C.,por causa do "sabunete" mas releve...rs
Beijos.

Sara