domingo, 10 de fevereiro de 2008

Gaia e os Vermes

Hoje é domingo e ontem não consegui seduzir uma moça porque fui sincero demais. Tudo em excesso é sobra. Como o meu entusiasmo não era tanto assim, também não me incomodei muito e fui ver o Beiçola no Altas Horas. Afinal, depois de um certo tempo fica tudo muito igual. Mulheres são seres muito especiais e complexos. Saudade de Maria Tetê, que sempre que me visitava ou me recebia perguntava logo: o que vai ser? trabalho, papo-furado, namoro ou tiramos a roupa? Nunca vi Maria Tetê perder um amigo. Pena que um finlandês a levou, faz uns anos, e nunca mais...

Dormi pouco mas acordei com vontade de fazer algo diferente nesse dia claro e escaldante. Experimentei fazer um café especial mas tudo que tinha em casa era pão embolorado, aipim e dois ovos. Descartei o pão, comi aipim com ovos e tomei café com um pingo de leite desnatado. Estou em plena dieta para emagrecer, com 4 quilos de resultado em 30 dias. Daqui por diante será mais duro, eu sei. Aipim com ovos não é dieta? Você é que não sabe do que eu era capaz...

Tento fazer um poema, sai tristonho, não combina com o dia:

Flutuo entre escolhos nesse mar revolto
destroços dos meus mais recentes naufrágios
como uma cabaça vazia sem razão e sem rumo
exatamente do jeito que vivo, ou do jeito que morro.
Meu destino estará por certo em qualquer norte
e num dia qualquer acabarei chegando em algum porto
o meu futuro está pois sujeito a toda sorte
exatamente como hoje sobrevivo, vivo ou morto.

Ficar dias e dias sem beber me deixa doentiamente sóbrio. Esperar pelo meu amor definitivo me deixa ansioso. Esperar ganhar na mega-sena me deixa desanimado. Esperar que a chuva caia do céu me deixa resignado. Cada coisa que acontece, cada coisa que não acontece, resulta num sentido. Acho que é por isso que falam em Gaia, a Terra Mãe. Eu sou um verme dessa coisa toda, mas tento desesperadamente não ser um verme canalha. Você sabe, você me entende...

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