terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Emails, emails...

NOVIDADES DO LIMÃO

Cientistas japoneses garantem que espremer um pouco de sumo de limão dentro da vagina antes do sexo pode matar os espermatozóides, tornando-se um contraceptivo barato e simples.

Assim, como somos brasileiros e procuramos juntar o útil ao agradável, adicione um pouco de açúcar, gelo e pinga na hora da relação sexual e, usando o pênis como socador, você tera um novo tipo de caipirinha: a caipixota (ou caipiceta, ou caipibuça). Os mais refinados dão-lhe nome de caipigina e se utilizam de canudinho.

Beba ..

Chupe...

Coma... Sei lá, porra!!!

Mas, sempre com moderação!!!

E LEMBRE-SE..SE CHUPAR NÃO DIRIJA, SE DIRIGIR NÃO CHUPE!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Marketing do Diabo

Pessoas bonitas e/ou interessantes são como anúncios.

E anúncios são pequenas armadilhas.

Oferecem coisas que não queríamos. Nem precisávamos.

Pensem nessas campanhas publicitárias. Seduzem como olhares de serpentes. Conquistam-nos com soluções para problemas que nem temos. Fazem-nos desejar coisas que não queremos. Provocam fantasias, tão misteriosas quanto sem sentido. Induzem, cegam, muitas vezes nos enlouquecem. Acendem desejos absolutamente dispensáveis.

Anúncios são como pessoas bonitas e/ou desejáveis.

Pecados disfarçados, mexem com a parte da nossa natureza que a civilidade esconde. Anúncios são como o diabo. E o diabo, sabe-se, veste Prada. E toma Coca-Cola, e fuma Marlboro, e calça Adidas, e fala num Motorola, e dirige um Toyota. O diabo seduz e convence até o próprio diabo!

O desejo, a necessidade, de convencer e seduzir é algo inerente à nossa natureza. Pessoas sempre quiseram seduzir pessoas. Uns deixam-se seduzir por isso, outros por aquilo, mas sempre haverá quem saiba disso ou daquilo para seduzi-los.

O poder de seduzir dá poder. Dá domínio. Faz com que uma pessoa se dobre à vontade e ao desejo de outra. Propicia relações viciadas, tirânicas, mesmo que enfeitadas de fidelidade, amor ou respeito. O sedutor é o diabo na posição de ataque. O seduzido, longe de coitado, é praticante de outro tipo de sedução, é o escolhido. O seduzido é o diabo na defesa.

Pensada por essa ótica a humanidade não passa de um mercadinho fuleiro, um andar abaixo do inferno, vizinho pobre do purgatório. Mas o diabo quando toma Old Parr é meu amigo.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

um nada de mim

...meu passado é um painel mutante e colorido. minha prima levou um caldo, peitinhos de fora, numa tarde no mar. minha namorada tinha mau hálito. na casa da minha tia tinha uma rede no corredor de fora da casa e eu dava uns amassos numa menina da cidade vizinha quando ela chegou. minha prima tão inocente tocava piano. meu irmão estudava para passar no vestibular. uma menina reconheceu seu incrível charme e lhe pediu para tirar fotos na praia. nua. nunca me aconteceu. eu dormia sonhando com princesas e putas. um dia tomei muita batida de limão. na verdade nunca me senti em casa aqui na Terra, é tudo meio provisório..

quando estou ocupado não faço poesia
nem alegre
nem feliz
quando estou fulminado por alguma paixão
minha poesia é brega
pura sonegação
não faz nenhum sentido
só serve para aparar o que transborda
do meu coração
como calda de açúcar fervendo
num tacho de cobre
num velho fogão

...as mulheres gostam de enfiar os dedos nos meus cabelos. o pai tem duas filhas casadas. lindas, sinuosas, adultas, quisera-as adúlteras, as duas. ele me chama de carneirinho. se transformará em breve num ridículo pederasta. suas filhas adoram enfiar os dedos nos meus cabelos de carneirinho. adúlteras, tão adultas, as duas, dormimos juntos no escuro e é bom. ele veste jardineira cor-de-rosa, elas mordem meu queixo e babam. gosto dessa família. quando vou-me embora de madrugada sei que a mais velha vai sonhar comigo mas a outra tem fome e fará um sanduíche de carne de carneiro com hortelã e uma pitadinha de manjericão...

minhas paixões são de lavas
meu coração é vulcão
sulcado em suas encostas...

... aprecio as hierarquias naturais. minha avó paira sobre todos. porte de mandona, matriarca, rainha. usa a tolerância como poucos. também a generosidade. todos lhe devem alguma coisa. a festinha de feijoada num sábado encalorado de salvador é tolerância. aos netos. a nós. os velhos conversam nas salas, o bufê é preparado. ela veio e está linda. pernas compridas, torneadas, coisa de satanás. cara de boneca. boca de pecado e perdição. no nosso quarto de portas envidraçadas pela metade não se vê o que se passa a oitenta centímetros do chão. eu aceno para a Vovó e as titias enquanto ela me fela. Não existe verbo felar, nós criamos. Eu fico vermelho e entusiasmado até o ponto de uma loura com cara de uva passa me indicar com as mãos que quer vir aqui. gozo fazendo que não com o dedo. elas engolem...

quando estou triste ou melancólico
faço boa poesia
ou quando estou eufórico
que nunca me lembro
ou quando estou bêbado.

... gosto de escrever para ninguém, como isso que escrevo aqui. sinto muito se você queria algo com senso e sentido. quando há sentido com certeza não há nada de mim.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Feliz Ano Novo!

(Pós 2007)

Hoje meus cães brigaram novamente. Filho e pai. Não se consegue apartar. O filho mostrou mais uma vez ao pai quem é que manda na área. Que não há espaço para os dois. À custa de pedaços de orelha, um bocado de sangue e muitas escoriações. Faz parte da natureza dos cães.

Ontem eu cheguei de Guarajuba, onde passei o Natal e o final do ano. Somos uma família numerosa, festeira, unida, linda. Temos esse encontro marcado em todo final de ano e são encontros inesquecíveis. Abraços e beijos, elogios e presentes, música, dança e comilança, animação. Há espaço para a farra e a boa conversa, os causos, as pilhérias, as gozações. Acompanha-se o crescimento da meninada, orienta-se, aconselha-se, interessa-se. Pelo menos até agora, nenhuma briga que eu saiba.

Guarajuba era pequena, um ou dois loteamentos em torno de uma vila de pescadores. Era um lugar muito bom. Continua bom. Por isso vieram mais condomínios, hotéis, pousadas, resorts. Encheu de gente. Gente endinheirada, que o lugar é caro. Não se pode mais ir tomar um sorvete na pracinha porque ali os rapazes endinheirados ligam os seus sons, quase trio-elétricos, que extrapolam os limites dos seus carros, e disputam quem toca mais alto. Porque ali não se respeita ninguém. Perto dali, na praia, o Projeto Tamar identifica e localiza cada ninho de tartarugas com piquetes, e são centenas de ninhos nessa época do ano, época de desova. Os ninhos, antes símbolos da luta pela recuperação da natureza, são profanados por curiosos que destroem os ovos apenas para ver como são por dentro. Num hotel de luxo vizinho à casa onde me hospedava houve briga na festa de reveillon. Entre os hóspedes, gente que pagou caro para se divertir muito. Se antes havia pouca gente e não se via esse tipo de coisa, agora é assim. Faz parte da natureza humana? Pois ainda penso, e torço para que seja verdadeiro, que metade do mundo é de pessoas boas. E tento fazer parte dessa metade.

E viva o Natal, e viva o Carnaval, e viva o São João, e viva a porra toda! Viva Guarajuba! Viva o Ano Novo! Viva eu, viva tu, óia o buraco do tatu...