sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Todo Louco é um Pouco Oco
ou Fumaça. Mas tudo Passa.
Ou Todo Oco é um Pouco Louco
que Passa. Tudo Fumaça.
Ou Todo Pouco é um Oco Louco
e em Tudo Passa a Fumaça.
Ou Todo Louco Fumaça Passa
e Tudo Oco é Pouco.
Ou Todo Pouco Passa
e Fumaça é Tudo Louco.
(Desde a escolha do Título
até o último verso ou capítulo
não vejo a menor graça...
Por pouco esse poema em versículos
não fica menor que os seus Títulos!)

Acordo oco. Ou fumaça.
Tento sentir meu coração
mas tudo o que comigo se passa
é o desconforto de estar vivo.
Nem alívio, nem sufoco
nada se move aqui dentro.
Ontem fiz alguém feliz
ermei por aí como um louco
resolvi uns negócios
e briguei um pouco.
Se não confiam mais em mim
ou se me amam assim, tanto
por algum crime que cometi
ou se semeei algum pranto
digo-lhes, fechem o cerco!
(como se eu fosse coisa sólida
e não apenas fumaça de esterco).
Oco, oco, vazio
no meu eu oculto, secreto
sei-me como leito seco do rio
sem nenhum talude concreto.
Amores, ódios, paixões
todo sentimento escorre, vaza
em todas as direções.
Tudo se vai, pouco a pouco
se esvai ou pelo ar se espalha
como água ou fumaça -
eis o peito de um homem oco.
Durmo louco. Mas passa.