quarta-feira, 25 de junho de 2008

25 de junho de 2008 - reflexões

Dia 25/06/2008


Sou um homem severo, por isso cultivo o bom-senso. Sou bem-humorado mas levo muito a sério o que é de se levar a sério. Se você me é importante, nunca lhe serei distraído. Prefiro carregar a culpa de ser exigente com quem amo a de ser liberal e displicente. Para esperar menos teria que cometer o desrespeito de diminuí-los. Sou prestativo e cordial. Me solicitam até as raias da exploração. Às vezes penso que melhor seria negar-me que indignar-me, mas depois de um rápido momento, esqueço. Tive a felicidade de não ser rancoroso, mas tenho boa memória e vergonha na cara – o que lhe passa bem longe. Não me importo de parecer bobo aos cínicos que de tudo se locupletam – cultivo a decência. Nem tanto por ser visceralmente honesto, que o sou, mas antes para ter motivos de trovejar com a alma na boca, com sentimento de irresistível justiça, quando explico a minha procedência. Sou de boa família, sou limpo e cheiro a sabonete. Choro pela miséria do mundo. Tenho um sentimento caricato de ódio, quase patriótico, por argentinos – aquele povo que nos olha de cima para baixo – mas dali tiro bons amigos. Sou avesso a política, nesse sentido prático e viciado que hoje existe, e portanto me omito. Torço pela harmonia do mundo. E pelo Fluminense. Ainda hei de viver em permanente festança.

Sendo desse jeito, hoje não sei se fiz as escolhas mais certas. Sendo desse jeito, hoje não tenho certeza de ter vivido da melhor forma. Sendo desse jeito, hoje só sei de uma coisa, que me basta: fui suficientemente honesto para viver segundo as minhas próprias crenças!

(O que mesmo eu quis dizer com isso?)